sexta-feira, 19 de outubro de 2012

POESIA NACIONALISTA: ALMA PAGÃ

O meu espírito ainda é do tempo que a nossa etnia e seus rituais faziam o forasteiro de pavor tremer, sua face gelar, o medo seu corpo paralisar, sua urina por suas pernas escorrer, foi nosso Deus Cernunnos que fez a figura do pseudo diabo nascer…

Seguidores de deuses orientais, vigaristas bem falantes, muitas vezes em nossos bosques entraram, tentando os mais ingénuos habitantes convencer, em nome de uma falsa fé monoteísta de um tal deus patrono e solar, um misto de Mithras, Júpiter e Rá que todos juntos de maneira bastarda clonaram numa figura de raiz oriental, cuja proeza era a de vergar, e o imperdoável perdoar...

Quiseram logo aí começar a nossa etnia corromper para dominar e explorar, mas depressa perceberam que o Celta puro não conseguem enganar, e então mandaram seus soldados nossas casas pilhar, nossas mulheres violar e queimar, nossos cidadãos indefesos aprisionar e à força converter e os pés do ajoelhado na cruz obrigados a beijar…

Bastardos que começaram aquilo que não iriam conseguir acabar, depressa viram que enquanto eles matavam por dinheiro, nós matávamos por prazer, seu sangue foi derramado da forma mais bárbara e selvagem que alguma vez há de acontecer, de volta para suas igrejas de culto oriental os poucos sobreviventes foram a correr, e nunca mais voltaram e ousaram nos tentar converter…

E então nossa maneira de viver continuou, sob a protecção de Cernunnos nossos bosques e florestas continuaram nossos bastiões, a divina natureza era nossa mística fortaleza, desde a Europa ocidental até à Europa central, eram milhares os líderes tribais e suas legiões, guerreiros com faro de lobo, visão de águia, e gritos de guerra que se ouviam como trovões...


Nossa maneira de amar era dos demais povos e etnias peculiar, havia um misto de nobre e selvagem no nosso interior, ora das palavras diante das mulheres fazíamos poesia para seus ouvidos confortar e suas almas aconchegar, ora em sacrifícios humanos as convidávamos a assistir; aliás, era sobretudo aí que tanto macho como fêmea escolhiam com quem acasalar, nossas mentes tinham um lado sádico que era preciso despertar e ver qual das fêmeas conseguiria nessa estado de espírito nos acompanhar, o sangue do inimigo derramado teria que forçosamente no seu mais profundo íntimo as excitar…

Entretanto os séculos foram passando e veio a dita “modernidade”, adaptamos-nos dentro do razoável e necessário, os sacrifícios continuaram e até as mulheres já os praticam, arrancando corações e até brincando com eles como se fossem pequenas pedras ou limões, dizendo a seus amantes para uma mão escolher, para ver se advinham com que braço o coração corrupto arrancado estão a esconder…

Mas eis que veio uma nova era de progresso vestida com o nome de democracia, onde tal como no passado, agora novos vigaristas bem falantes tentam os habitantes mais ingénuos converter, dizem-nos para seu culto oriental abraçar, agora com outras vestes e um ridículo avental, dizem que devemos ser todos iguais sem qualquer hierarquia baseada em meritocracia, dizem que é para acabar com o termo etnia, a tradição é para extinguir, o termo nação é para aniquilar, e a um tal de jeová
devemo-nos subjugar...

Sinto de novo o ódio supremo a voltar, sinto de novo o espírito de Cernunnos despertar...
Bastardos de sangue impuro querem nosso território sagrado conquistar, querem fazer de toda nossa etnia bastardos sem passado, homens sem alma e sem espírito, sacos de carne ambulantes, sem virilidade e sem nobreza, devemos ser burgueses corruptos cheios de ganância ou então mergulharmos numa eterna e penosa pobreza, pois dizem eles que a honra é para enterrar e só corrompendo é que se pode nesta era democrática triunfar, onde até homens são amantes uns dos outros e com crianças menores se pode fornicar…

A sede de sangue e vingança que tenho dava para um oceano inteiro de vermelho pintar, meu corpo está preso mas minha mente não pára de navegar, imagens sagradas e divinas são sonhos por realizar, são na verdade os Deuses a comunicar, ódio pagão a germinar, semente divina a desbrotar, rosa negra, cor da morte nos sagrados bosques seu odor na brisa a espalhar…


O vento traz o perfume e seu chamar, o olfacto mostra o caminho, minha faca clama por sangue como um lobo clama pelo luar…
  É o sonho tornado real quando a democracia terminar…

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