"Não sendo dominante o Evangelho de S. Marx, um outro recebe a adoração da generalidade dos habitantes do rectângulo. É o Evangelho democrático. Quem o não perfilha é excomungado e, mais ou menos, marginalizado. A democracia assumiu foros de religião.
Claro que tomamos, aqui, democracia não como simples forma de governo mas como uma concepção axiológica. De resto uma e outra estão interligadas. O governo do povo pelo povo implica, obviamente, que os homens tenham liberdade de formar partidos e agrupamentos isto é, sejam dotados de liberdade de reunião. E, para formarem livremente os seus partidos ou agrupamentos, é indispensável que circulem sem obstáculos os ideais ou doutrinas, em volta dos quais aqueles se aglomerem – logo é indispensável a livre expressão do pensamento.
Qual o fundamento porém de tais liberdades? Obviamente, a imensa dignidade dos seus titulares, os homens, as pessoas humanas. Cada homem, cada pessoa humana será uma espécie de deusinho intangível e autónomo (claro que com excepção dumas pessoas humanas chamadas fascistas que, nem vale a pena discuti-lo, não têm obviamente a dignidade inerente a todas as pessoas humanas).
Torna-se patente que tais deusinhos não podem ser governados senão por si próprios e voltamos ao começo, à democracia enquanto regime."
Qual o fundamento porém de tais liberdades? Obviamente, a imensa dignidade dos seus titulares, os homens, as pessoas humanas. Cada homem, cada pessoa humana será uma espécie de deusinho intangível e autónomo (claro que com excepção dumas pessoas humanas chamadas fascistas que, nem vale a pena discuti-lo, não têm obviamente a dignidade inerente a todas as pessoas humanas).
Torna-se patente que tais deusinhos não podem ser governados senão por si próprios e voltamos ao começo, à democracia enquanto regime."
-António José de Brito
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