Jogo jogado não foram inferiores. Perderam mais por erros individuais do que por erros colectivos. A maioria dos jogadores deve estar de cabeça erguida porque se bateram bem(é preciso dar mérito ao adversário que tem muita qualidade também)!
Agora depois de cair, é preciso aprender com os erros e se levantarem outra vez mais fortes e sábios de forma a ficarem cada vez mais competitivos.
Eu como não sou jornalista engraxador, nem político, nem empresário de futebolistas, posso dizer o que quiser e ser intelectualmente honesto, mesmo que por vezes algo 'malcriado', mas sempre GENUÍNO.
O jogo começa a ser perdido por duas escolhas que para mim não têm qualquer justificação do ponto de vista racional e meritocrata:
1ª O Ricardo Pereira que do ponto de vista defensivo é medíocre e tacticamente um cepo! Está nos dois lances de golos sofridos. No primeiro estende o tapete vermelho ao Suárez e falha de forma crassa na marcação e posicionamento, e no segundo fecha demasiado por dentro sem necessidade e dá todo o espaço ao Cavani que é 'somente' um ponta-de-lança dos melhores do mundo.
Não sendo nativo por Jus Sanguinis, ainda tem que mostrar mais que os outros, pois está a ter um privilégio - justo ou não, isso é outro debate - acrescido em relação aos outros.
Se ainda por cima mostra menos valor que os Portugueses de gema, anda a tirar o lugar a estes últimos em nome de quem, de quê, e de que divindade?
2ª O João Mário porque é que tem lugar cativo, se NADA de valor acrescenta à equipa? Não faz passes de ruptura, não tira adversários da frente através do drible, não ganha faltas, não assiste e também não marca…move-se mal sem bola e não sabe dar linhas de passe em processo ofensivo...e também não recupera bolas…
Quase que parece um racismo anti-nativo… Se ele fosse Português de gema haveria tanta tolerância?
Do ponta de vista táctico e ideia de jogo - concordemos ou não com ela -, o Fernando Santos que considero um treinador inteligente, eu percebo o que ele pretende dentro da ideia dele de jogo; o tal 'falso' 4-4-2 tradicional; sendo que às vezes alterna para 4-3-3 e hoje até chegou a jogar na 2ª parte em 4-2-3-1 mas este último sistema é raro jogar e por isso vou falar no sistema tradicional; o 'falso' 4-4-2.
Como os dois centrais são muito bons mas não são rápidos(à excepção do Rúben Dias que é rápido mas que ainda não é titular mas a curto-médio prazo o futuro da Selecção Nacional no que diz respeito a centrais passa por ele), ele opta por jogar com dois médios posicionais à frente deles que raramente saem da posição de modo à equipa não ficar demasiado exposta defensivamente.
Até aqui tudo bem e é compreensível. A única coisa que discordo é que acho que o Adrien Silva é o melhor deles todos para jogar nessa posição de "8" mais fixo. Sendo algo semelhante ao Moutinho, até mesmo em nível qualitativo, o Adrien recupera mais bolas e é mais audaz na iniciativa com bola corrida, mesmo que raramente o faça.
O ideal nesta ideia de jogo é que o "8" tenha uma boa
meia-distância. Se os actuais não têm, há que trabalhar na formação e camadas jovens(e não recorrendo a naturalizações), pois a vida e a Selecção Nacional não param!
meia-distância. Se os actuais não têm, há que trabalhar na formação e camadas jovens(e não recorrendo a naturalizações), pois a vida e a Selecção Nacional não param!
Depois Fernando Santos joga com o Bernardo Silva na direita, que é um grande jogador e com potencial para ser de classe mundial. A seguir ao Cristiano Ronaldo é o maior talento da Selecção Nacional e só quem não perceber nada disto e/ou muito pouco disto é que pode discordar.
O Bernardo Silva jogando na direita oferece o que mais nenhum jogador pode oferecer naquela posição; que é jogar com muita qualidade quer por fora quer por dentro. Uma coisa é um extremo-direito ser muito bom mas saber jogar só na linha. Outra coisa é um génio que sabe jogar na linha e quando joga por dentro tem a capacidade de pensar e executar como um "10" de grande qualidade.
Este sim, é que devia usar o número 10 da Selecção Nacional!
As alternativas àquela posição também são de boa qualidade, mas mais como jogadores de linha e desequilíbrio através do drible. Não têm a qualidade de passe, nem a visão de jogo de Bernardo Silva para jogarem por dentro com grande qualidade. Já para não falar que Bernardo Silva é um jogador inteligentíssimo...
Depois na esquerda Fernando Santos não joga com um extremo-esquerdo, daí eu usar a expressão 'falso' 4-4-2. Ele joga com um médio-ofensivo centro, para teoricamente vir para dentro e pensar e executar como um médio-ofensivo centro no processo ofensivo, e para no processo defensivo ter mais um médio que juntando aos outros dois do
meio-campo fazer 3 médios e com isso garantir maior equilíbrio da equipa, e quiçá em momentos de posse ter melhor qualidade de passe.
meio-campo fazer 3 médios e com isso garantir maior equilíbrio da equipa, e quiçá em momentos de posse ter melhor qualidade de passe.
Isto é tudo muito lindo na teoria… Mas na práctica é preciso um jogador que corresponda àquilo que é expectável e que faça bem mais do que passes curtos de 5 metros para trás e para o lado…
André Gomes(se tiver bem psicologicamente, pois é esse o problema dele que não estão a conseguir resolver; não são os pés que são muito bons como ele já provou no Benfica e Valência), Pizzi e Bruno Fernandes, todos eles são melhores jogadores que o João Mário.
Se é para insistir nesta ideia de jogo com um falso extremo, então ao menos que funcione a meritocracia e não uma espécie de propaganda desportiva kalergiana.
Jogando com 2 avançados na frente; e eu concordo que se jogue porque sendo o melhor jogador - e mais decisivo; e isto é MUITO IMPORTANTE, pois é com golos que se ganham jogos - o Cristiano Ronaldo, manda a lógica que a táctica e a ideia de jogo devam girar o máximo possível à volta dele.
Ora joga-se com o Guedes e fazem 2 avançados mais móveis, ora joga-se com o André Silva sendo este mais ponta-de-lança que avançado libertando dessa forma o Cristiano Ronaldo para jogar mais no espaço; quer seja a cair para os flancos, quer seja entre linhas entre o chamado "espaço vazio" entre a última linha defensiva do adversário e a linha do meio-campo.
São duas nuances ofensivas que dão jeito consoante aquilo que os diferentes jogos e diferentes momentos desses mesmos jogos pedirem.
Com o passar dos anos quiçá será Cristiano Ronaldo a fazer de ponta-de-lança mais posicional devido à perda de velocidade, rins e fulgor físico e aproveitar melhor a sua capacidade de finalização, primeiro toque, instinto goleador, impulsão e cabeceamento… Mas ainda é cedo para tal, como ele provou neste Mundial. Pelo menos mais 2 ou 3 anos, ele deve continuar a jogar mais solto na minha opinião.
O que é que eu gostava de ver, sem querer alterar ou criticar em demasia o Fernando Santos que como é óbvio ainda tem bastante 'crédito'?
- Temos que jogar com mais audácia, mais confiança, mais bolinha na relva e mais posse, e dar liberdade aos jogadores mais criativos. É essa a identidade Lusitana. Pode-se alterar tácticas e ideias de jogo em certo sentido; é totalmente legítimo cada treinador meter o seu cunho pessoal. Agora convém não desvirtuar a identidade Lusitana do jogador tecnicamente evoluído que gosta de ter a bola no pé, é criativo e imprevisível, gosta de ter posse e de mandar, e não gosta de jogar directo.
É que quanto mais previsível for o nosso jogo, mais fácil é para os adversários o anularem à medida que melhor o vão conhecendo. E ganhar com 'mijo', não acontece sempre…
Que se prepare como deve ser o próximo Europeu! Agora não adianta chorar sobre o leite derramado…
Viva Portugal!