sábado, 23 de setembro de 2017

Mensagem+Imagens do dia.

"Marco Túlio Cícero, proeminente político, advogado, orador, filósofo e escritor romano, escreve que a história é a mestra da vida (Historia Magistra Vitae). Em sua frase incorpora o pensamento proveniente desde os historiadores clássicos mais antigos como Heródoto e Tucídides, de que a história é plena de exemplos que servem como guia para os homens. A história funciona como mensageira, transmitindo a memória de homens do passado para o presente. É através da história que o passado serve como forja para a construcção do futuro.

Há um episódio da história antiga da Grécia, mais especificamente no contexto da Segunda Guerra Médica, durante a Batalha das Termópilas, que elencou dois homens que tornaram-se exemplos para outros homens. Leônidas e Efialtes seriam lembrados para sempre por seus papéis - totalmente distintos um do outro - durante a guerra. A lição que estes homens nos deixaram pode esclarecer questões que estão em iminência actualmente.

Leonidas I era oriundo da dinastia ágida, que acreditava-se descender de Héracles. Terceiro filho de seu pai, o rei espartano Anaxândrides II, não era candidato à sucessão. Sendo assim, como todas as outras crianças esparciatas, foi enviado para a agoge e treinado para se tornar um guerreiro espartano. Foi educado dentro das tradições aristocráticas e militares de Esparta, provando-se digno de ascender ao trono em 491 a.C.

Sobre Efialtes pouco é conhecido. Sabe-se que nasceu na Traquinia, cidade da região da Tessália e que era filho de Euridemo de Mália. Seu nome ficaria conhecido por toda a história após seus actos durante a Batalha das Termópilas.

Em 480 a.C. os persas estão avançando cada vez mais adentro do território grego, formando diversas alianças com cidades-estados menores. Isso fez com que
cidades-estados que anteriormente viviam em conflito entre si, finalmente tornam-se aliadas, visando barrar o avanço persa. Atenas e Esparta iniciaram a união de forças para barrar a invasão de forças estrangeiras. Há uma passagem de Histórias de Heródoto em que os atenienses explicam a um mensageiro de Esparta porque os espartanos devem-se aliar com os atenienses e não com os persas.

"Primeiramente e mais importante, é que as imagens e edifícios dos deuses foram queimados e demolidos, de modo que somos obrigados pela necessidade de exigir a maior vingança sobre o homem que realizou essas acções, em vez de fazer acordos com ele. E segundo, não seria apropriado para os atenienses pôr à prova traidores ao povo grego, com o qual estamos unidos por partilhar o mesmo parentesco e linguagem, com quem estabelecemos santuários e conduzimos sacrifícios aos deuses juntos, e com quem nós também compartilhamos o mesmo modo de vida."(VIII: 144.2)

Os gregos unem-se em torno de sua identidade comum, que solidifica-se em quatro elementos: religião comum, sangue comum, linguagem comum e costumes comuns.

Sabendo que os persas estavam tomando a rota ao sul da Grécia e que teriam que atravessar pelo estreito das Termópilas, os gregos formularam uma estratégia e decidiram destacar tropas para barrar a passagem. O problema é que naquele ano os líderes militares da aliança, os espartanos, estavam comemorando o festival religioso de Carneia, o que impedia a realização de actividades militares. Além disso, também estavam comemorando os Jogos Olímpicos, portanto marchar para guerra naquele ano seria considerado um sacrilégio duplo. Porém, conhecendo a urgência da situação, os éforos - cinco líderes espartanos - decidiram que uma expedição militar era extremamente necessária. Enviaram um de seus rei, Leonidas I, para comandar o exército. O rei levou consigo 300 homens de sua guarda pessoal, bem como alguns outros homens da Lacônia (região cujo Esparta é capital) e um destacamento de hilotas. Ao longo do caminho até as Termópilas recrutou 1000 tegeatas e mantineus, 1120 arcadianos, 400 corintios, 20 beócios, 700 téspios e 400 tebanos, bem como mais soldados de outras pólis. Por fim, a totalidade da tropa alcançava cerca de 4000 homens. De acordo com Heródoto, os espartanos consultaram o Oráculo de Delfos e eis o que foi dito:

"Ouçam seu destino, ó moradores de Esparta!
Ou a sua famosa e grande cidade deve ser saqueada pelos filhos de Perseus,
Ou, em troca, toda a terra da Lacônia
Irá lamentar a morte de um rei, descendente do grande Herácles."

Leônidas sabia que a vitória era impossível. O exército persa alcançava um número de mais de centenas de milhares de soldados. Mesmo assim, ele marchou para as Termópilas, pois tinha uma obrigação para com sua terra natal. A vida de milhares de gregos dependia de sua Última Defesa. Leônidas incorpora em si os valores máximos da masculinidade aristocrática: a Honra, o Dever, a Virtude, a Força, a Liderança e o Sacrifício. Ele tinha uma obrigação para cumprir e cumpriu sabendo que custaria sua própria vida, mas que garantiria que as vidas de seu Povo e de sua Nação fossem protegidas.

Já Efialtes é o extremo oposto do exemplo de Leônidas. Após o sexto dia da Batalha das Termópilas, tendo os primeiros ataques contra os gregos não surtindo nenhum efeito, com nem mesmo os 10.000 Imortais possuindo qualquer sucesso, já parecia impossível para os persas resolver a batalha em curto prazo. Então aparece no acampamento dos persas um grego chamado Efialtes. Habitante da região, possui conhecimento de um caminho secreto - conhecido apenas pelos locais - que conduzia até a retaguarda das Termópilas. Na esperança de receber alguma recompensa de Xérxes I, Efialtes revela o caminho para os persas. Durante a noite, desejando um ataque pela madrugada, Xérxes I ordena que Efialtes guie os Imortais pelo caminho. Após tomar conhecimento das manobras persas, Leônidas oferece livre escolhas para os gregos que lutavam ao seu lado: recuar da Batalha e juntar-se as defesas gregas que estavam sendo organizadas em Istmo de Coríntio, ou permanecer e morrem em guerra, tendo seus nomes lembrados para sempre. Para os espartanos não havia escolha. A Constituição de Licurgo declarava que deserção é a suprema desonra para um espartano. Então ali permaneceram os 300 espartanos, 700 téspios e 400 tebanos. No sétimo dia finalmente ocorre o desfecho da batalha, morrendo até o último homem dos gregos, que após quebrarem as lanças e as espadas, partiram para o combate corpo-a-corpo. Os bravos gregos causaram dezenas de milhares de baixas ao exército persa e, com o sacrifício final, permitiu que a cidade de Atenas fosse evacuada e que os gregos obtivessem tempo para organizar um exército para combater os persas.

Leônidas e os gregos serviram de inspiração para guerreiros, poetas e artistas para toda a posterioridade.
Lutou e sacrificou a própria vida em prol de todo o seu Povo, não só os espartanos, mas todos os gregos.
Tornou-se um arquétipo de Honra e Dever, sendo exemplo para todos os homens. Em contrapartida, o nome de Efialtes viria a se tornar sinônimo de traidor. Lembrado eternamente como o homem que traiu sua terra natal e seu próprio povo, auxiliando a invasão de forças estrangeiras que tinham o interesse de dominar e escravizar o povo grego. Por fim, não recebeu as recompensas materiais que tanto ansiava, visto que os persas foram derrotados pelos gregos na Segunda Guerra Médica. A recompensa que recebeu por suas atitudes é a de ser eternizado como um traidor. Não é à toa que Frank Miller retrata-o de forma disforme (o que na vida real não era verdade), pois uma moral distorcida é refletida em um corpo distorcido.
Estes dois exemplos devem-nos servir de guia para a modernidade. Enquanto nós escolhemos seguir os passos de Leônidas, incorporando o Dever de proteger e guardar nosso Povo e Civilização, há os traidores, filhos de Efialtes, que abrem as portas para invasores estrangeiros e tudo mais que possa vir a causar danos em nossa Nação."
-Legião Identitária

Nenhum comentário: